terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A boca...

A boca,
onde o fogo
de um verão
muito antigo cintila,
a boca espera
(que pode uma boca esperar senão outra boca?)
espera o ardor do vento
para ser ave e cantar.
Levar-te à boca,
beber a água mais funda do teu ser
se a luz é tanta,
como se pode morrer?

Eugénio de Andrade

Um comentário:

Pearl disse...

Eugénio de Andrade é um mestre!!
Brinca com as palavras de uma maneira indescritivel!!!
Boa escolha a tua!!!
:o)))***